Biblioteca recebe exposição de Litografia do século 17
06.07.2022
Um raríssimo gravado francês, completo e original, da fachada do extinto Palácio das Tulherias (Paris) está em exposição na Biblioteca Central da Univali, em Itajaí. A obra é datada de meados do século XVII e trata-se de um importante resgate. Em consulta aos museus franceses, constatou-se que estes possuem apenas duas partes originais, abrangendo menos de 50% da imagem total, que estão tombados no Museu do Louvre e depositados no Museu Carnavalet (Histoire de Paris). Nos arquivos franceses a obra é de autoria desconhecida e data imprecisa, sendo considerada a mais importante e fidedigna imagem da fachada do referido palácio.
O achado - A obra foi resgatada pelo Instituto Cultural Soto, por meio de seu curador geral, Jules Soto, também diretor de Museus da Univali. Trata-se de uma montagem em diversas seções da fachada do extinto Palácio das Tulherias (Palais des Tuileries), gravado em água forte, em grande formato. “O que logo chamou a atenção foi o tamanho, com cerca de 2,4 metros de comprimento, o que é muito raro para gravados com esta técnica. A partir daí adquirimos de um particular já imaginando que se tratava de algo de grande relevância", explica Jules.
O tema - O Palácio das Tulherias foi um palácio parisiense, cuja construção começou em 1564 com o apoio de Catarina de Médici, num local ocupado anteriormente por uma fábrica de telhas (tuiles), daí a origem de seu nome. Foi aumentado em reinados sucessivos, dispondo de uma imensa fachada com 266 metros de comprimento. Foi residência real de numerosos soberanos, como Henrique IV, Luís XIV, Luís XV e ainda Luís XVIII, depois residência Imperial de Napoleão III até a sua destruição por um incêndio criminoso, em maio de 1871. As suas ruínas foram demolidas em 1882. Há um projeto de reconstrução, orçado em cerca de 300 milhões de euros, defendido por um grande comitê de urbanistas e historiadores que argumentam que a região ficou arquitetonicamente inacabada após a demolição do prédio. Museólogos também defendem a reconstrução que poderia abrigar um grande acervo armazenado nos porões do Louvre.
O estudo - A imagem da fachada é conhecida em três versões, uma basal, impressa em diversas partes, de grande formato, 240 cm, com data e autoria desconhecida, com originais incompletos em museus franceses até o presente achado do ICS, aqui comunicado; uma segunda, bastante reduzida, modificada, com 108 cm, também de data e autoria desconhecida; e uma terceira, impressa na obra de Jean Marot, intitulada L'Architecture française, datada de 1686.